4 de fevereiro de 2019

Sucesso

Uma vez na escola, no 9º ano, tive de fazer um texto argumentativo a opinar sobre o facto de naquele ano se ter decidio que alunos de dado ano teriam exames. Eu fui contra, pois nunca fui fã de avaliaçoes, julgamentos, pressoes e competiçao. Mas mais tarde a minha stora comentou que apoiava pk isso preparava melhor os alunos, e eu tinha de compreender a sua posiçao.

Se a função da escola fosse ensinar, avaliaçoes seriam algo completamente estupido, que so serviria para criar pressao, para alunos compararem o seu valor com o dos colegas, e para stressar com estudo ou com a culpa de n ter estudado. Mas o papel da escola é preparar os alunos para o sistema.

n acho que seja sequer uma boa forma de preparar, quando uma pessoa precisar de algo, aprende a fazer - o meu pai sempre acho que a minha escola primaria me estava a preparar mt mal e que eu sentiria uma mudança demasiado drastica qd mudasse de escola, ao ponto de deixar de ser boa aluna. Embora eu tenha sentido essa mudança, continuei a ser melhor aluna, pois foi só adaptar-me. Uma pessoa consegue sempre fazer melhor se assim quiser. Criar mais dificuldades no caminho para preparar a pessoa para a dificuldade da etapa final nao faz qualquer sentido - a unica coisa que isso faz é com que a dificuldade final seja experienciada mais cedo. E até que ponto é benéfico deixar uma pessoa já cansada e aborrecida quando for aproveitar a etapa final? No caso, como é que poderia ter sido melhor eu ter uma escola primária rigorosa, que tivesse matado a minha criatividade nos primeiros anos como os anos restantes fizeram? Se tivesse tipo uma escola assim, as unicas diferenças seriam que o meu esgotamento se viria a acumular ha mais anos e nunca teria descoberto o meu gosto e jeito para coisas criativas, como desenhar, pois n teria tido tempo para explorar essas habilidades. Ha de facto situaçoes em que da jeito uma pessoa enfrentar as dificuldades antecipadamente - mas sao situaçoes de competiçao: se eu fosse a um concurso de algo, n convinha experimentar as dificuldades apenas nessa hora, convinha que as minimizasse ao maximo para ter mais chances contra os concorrentes. 

Todo o proposito das avaliaçoes, da preparaçao... so faz sentido dado o nosso sistema. Entao eu n culpo a escola nem o sistema de ensino, mas sim o sistema e a forma como tudo está interligado. Num sistema em que sucesso fosse medido pela felicidade das pessoas, sero melhor n teria de ser um criterio para garantir essa felicidade, nem um meio intermedio para garantir condiçoes minimas financeiras e afins que poderiam ser as provocadoras de felicidade. Uma pessoa podia ser feliz por estar constantemente a aprender, comparando-se nao com os outros, mas com o que sabia antes. Ou podia ficar feliz por ser a pior pessoa entre varias numa dada área, pois isso significava que tinha imenso espaço para crescer e a perspetiva dessa jornada entusiasmava-a, e porque isso implicava que poderia aprender algo com todas as pessoas que a rodeavam - pois, no fundo, isso n faria realmente dela a pior, apenas era a pior naquele grupo e isso n contava para lhe barrar o caminho as condiçoes minimas nem levava a julgamentos, pois toda a gente estava ali para aprender. Uma pessoa podia ser feliz por cultivar os seus legumes biologicos e passar o tempo com pessoas que lhe eram queridas, ou por ler mts livros, ou por criar arte... e conseguia atingir esses objetivos, porque n tinha de se matar para comer, ter uma casa, higiene, segurança. 

Se o sistema garantisse isso, só entrava no ambiente de competiçao quem quisesse. Da forma que está, mesmo quem n quer e n se sente feliz assim e obrigado a participar ou é fortemente prejudicado se n o fizer - e, o pior de tudo, é julgado pelo quao "bem sucedido" é num sistema do qual preferia nem fazer parte. As pessoas sao julgadas pelo quao bem se adaptam a um sistema de que n gosta, e ainda por nem sequer gostar.