5 de abril de 2021

Limitless

Sometimes I feel really glad about my journey of self-discovery. Polyamorous and relationship anarchist? Ace and Aro partly because I am unable to make a clear distinction between romantic feelings and those that belong to a friendship? Being bi and non-binary, which is ironic when some people consider that bisexuality excludes non-binary people as opposed to other m-spec orientations? All of my identities defy the concept of boxes, even though they are still labels - something I like as much as any kind of word, since words are tools for communication and community, regardless of how imperfect they are. And that existence "in-between" feels so adequate to me, makes me feel so comfortable with myself, that I can't help but stare in amazement at how it's like a natural extension of other characteristics of mine. 

It's in syntony with the way I would like to create some form of storytelling that combined books, comics, animation and other media; It's in syntony with how I get bored when I do a single thing for a long time; It's in syntony with my appreciation for things that other people consider conflicting, from types of music to artstyles to writing style to fashion to ships, everything, everything; It's in syntony with the way how even when I don't like certain things, just from seeing someone's enthusiasm, that's contagious and I end up without knowing if I also started liking it or just learned how to see things from their perspective;

Sometimes I think about how I feel this potential inside of me, and I still don't know how to channel that, so that's frustrating, but at the same time I feel my blood boil and a conviction so, so strong that most limitations created by society don't restrict me. That's a unique, queer sensation - at least, that's what queerness means to me - and I would love to have more people feeling that. It's something too powerful to never experience, what a loss.

I would like more people to feel like this and truly think outside the box, instead of just using it as a buzzword. I want to look into someone's eyes and see that fire inside, that intensity of emotions and ideas, share in a glimpse the certainty that we are living instead of just passing through this world. I want to have parallel conversations and explore ideas, even bad ones, just because they are interesting and for their potential, not because they are viable or make sense given the state of our world, without being restricted by practical reasons or social stances, even though those things are important in most contexts. 

But most people are not like that, and I hate that this sounds like a variation of "I'm not like other girls" (joke's on you since, again, I'm non-binary), but most conversations bore me. They get stuck in definitions and discussions of right and wrong, and I say this as someone who makes a point of constantly learning about social and political issues, and who always tries to validate everyone's experience. But sometimes, I would like to not have to discuss the same point every time a certain issue is brought up, you know? I would like to move to different stages, to see what waits beyond the limit.

And I also dream so high, and I know other people do so as well. But, either because of financial reasons or others, society keeps trying to restrict us, and I'm no exception. However, even though it can limit what I do, it can't limit who I am - and so many pieces fell into place already throughout my life, that I am sure everything will make sense in the end and I will be able to live authentically. 

Why did I write this? Partly mood, partly to find out if more people also feel this sense of accomplishment and inner peace and hope and fire... But, mostly, to tell others to embrace who they are, and not give up on their dreams. Dreams have power.


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Ok, mas tipo, eu as vezes fico sinceramente feliz com a minha jornada de self-discovery. Ser polyamorous? ace e aro mas mais pk eu nao faço uma distinção clara entre romance e amizade? ser bi e non-binary? Tudo isso desafia limites claros entre categorias supostamente distintas e eu acho que isso é tão adequado a mim e é uma extensão perfeita da forma como eu me sinto quanto a tudo. 

Está perfeitamente em sintonia com a forma como eu gostava de inventar alguma forma de storytelling que fosse uma mistura entre livros, comic, animação e outras coisas; está em sintonia com a forma como eu me aborreço quando faço uma coisa só; Está em sintonia com a minha apreciação por coisas que outras pessoas considerariam conflituosas, seja música, estilos de arte, estilos de escrita, modas, tudo, tudo, TUDO. Está em sintonia com o facto de que mesmo qd eu não gosto de certas coisas inicialmente, só por ver alguém gostar, o entusiasmo contagia-me e eu deixo de querer saber se eu gosto de forma autentica ou simplesmente comecei a ver algo da perspetiva dessa pessoa. E eu às vezes penso nestas coisas e em como eu sinto um potencial tão grande dentro de mim e eu ainda não sei como canalizar isso, então é frustrante, mas ao mesmo tempo eu sinto o meu sangue a fervilhar e uma convicção tão, tão grande, do quanto a maioria das limitações criadas pela sociedade não me prendem. E isso faz-me mesmo feliz e é algo que eu adorava que mais gente sentisse. 

Eu queria mais pessoas a sentir-se assim, a verdadeiramente pensar fora da caixa em vez de usar só isso como buzzword, eu queria olhar nos olhos de alguém e ver aquele fogo interno e intensidade de emoções e ideias, eu queria ter muitas conversas em paralelo e explorar ideias só porque são interessantes e pelo potencial delas, não com o objetivo de fazer alguma contribuição maior ao mundo. Mas a maioria das pessoas não são assim e são tão aborrecidas, mas pelo menos, quando me lembro disto, lembro-me que "ah, afinal não sou eu que sou uma pessoa chata e aborrecida que não sabe ter conversas com as pessoas - eu simplesmente sei que a maioria delas não iria conseguir acompanhar, seja por ficarem stuck em discussões de definiçoes ou do que está certo ou errado, ou porque isto vai demasiado para além do que elas conseguem imaginar ou até sentir".

Onde é que estão as pessoas que se sentem e pensam assim? E porquê que, com tantas ferramentas ao dispor, por culpa de um sistema capitalista que nos exausta e rouba tempo, combinado com discriminação e pessoas que não vêm os limites que colocam a si próprias, me impede de perseguir o que sonho? Nos impede. Porque não posso ser só eu, eu sei que não sou, mas de cada vez que tento abrir a boca com a maioria das pessoas só para expandir o tema da conversa eu sinto que as pessoas ou ficam a olhar para mim aparvalhadas, ou se convencem de que eu estou a falar de coisas em que acredito ou defendo quando posso estar só a explorar hipóteses, ou se vão virar contra mim e tentar silenciar-me. Por experiência falo. 

Eu quero sonhar tão alto, eu quero fazer tanta coisa, e eu quero ser. E não sei ainda como conciliar isso tudo, mas acho que é possível e que será ainda mais possível se eu encontrar pessoas como eu, e isto ainda é um grande ponto de interrogação mas se já tantas peças encaixaram - a minha jornada -, eu realmente acredito que algum dia tudo isto vai fazer sentido. E quando fizer, ninguém me vai conseguir parar.