15 de maio de 2018

Um dos argumentos que mais vejo serem usados contra identidades não-binárias é "Então, agora posso dizer que o meu género é árvore?", como forma de ridicularizar novas identidades.

Obviamente isso não faz sentido e não se compara ao que as pessoas não-binárias estão a dizer, mas acho que finalmente arranjei um bom contra-argumento.

Imaginemos que vivíamos numa sociedade onde só eram reconhecidas as cores vermelho e azul. Toda a gente (que não tivesse certos problemas de visão) via essas cores, mas não tinha um nome para elas e, portanto, não as reconhecia. Se isso parece demasiado ficíticio, prova de que antes a cor azul não existia: [www]

Agora imaginemos que apareciam pessoas a propor os termos roxo, verde, amarelo, entre outros, para designar cores distintas, ainda que relacionadas às previamente reconhecidas. Essas pessoas estariam malucas? Estariam por acaso a dizer que "árvore" era uma cor? 

Também me parece que não. Se alguém ainda não consegue ver a diferença, eu indico a essa pessoa que volte para o primeiro ano para aprender a distinguir palavras de categorias diferentes. Vocês sabem, aqueles jogos de "encontra a palavra intrusa" que têm montes de verbos e um nome pelo meio...